Cidades

Pesquisas indicam as linhas de metrô mais aceitas ou rejeitadas

As linhas estatais do metrô, como a linha 2-Verde, são mais criticadas, enquanto as privatizadas têm melhor aceitação por parte dos usuários do transporte

Por Isabela Figueiredo, Giovani Carreia Loureiro, Marina Olim, Rodrigo Ferreira, Vitor Redondo

Expectativa ou realidade? Pesquisa ou vida real? O metrô paulistano é o maior do Brasil, mas está longe de ser uma unanimidade. A diferença entre o que os índices de satisfação com o serviço do transporte apontam e o que os usuários afirmam sobre ele revela que sempre dá para melhorar. Segundo a pesquisa realizada pela Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP), somente 60% dos usuários avaliam como ‘bom’ o serviço prestado pelo metrô de São Paulo em suas linhas de comando estatal. Muitos relataram dificuldades diárias, como superlotação, falta de segurança e a presença de ambulantes dentro dos vagões. Outra situação citada na pesquisa com menor frequência é a falta de acessibilidade para pessoas portadoras de deficiência.

Estação da linha 4-Amarela – Foto: Governo de São Paulo

A Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM), responsável pelo planejamento e organização do transporte urbano em cinco regiões metropolitanas paulistas, apresenta índices de satisfação longe do ideal. Entre as quatro linhas avaliadas, a 3-Vermelha é a pior avaliada entre os passageiros, com 52% de aprovação em atributos como conforto, rapidez, confiabilidade, segurança contra acidentes, entre outros. “Por eu pegar o metrô no final da tarde onde é mais cheio, já presenciei algumas brigas para entrar no vagão e uma vez, uma mulher chegou a passar mal em razão da quantidade de pessoas no vagão”, diz Henrique Padilha, trabalhador em uma lanchonete no centro da cidade e frequentador da linha há cinco anos. O empregador ainda acrescenta que em períodos de greves complicam seu caminho até o trabalho, por demorar muito.

Estação da linha 2-Verde – Foto: LeoMSantos

   No mesmo levantamento realizado pela STM, a linha 2-Verde é vista de forma oposta à 3-Vermelha, com 70% de satisfação entre os usuários nos mesmos critérios citados anteriormente. Habituado a andar pela linha desde 2016, o estudante Luigi Vargas conta: “Sinto que é uma linha mais limpa que as outras e, que apesar do inchaço de pessoas nos horários de pico, me sinto confortável no vagão”.

   Já a linha 4-Amarela, a primeira a ser concedida para a iniciativa privada em 2010 para a empresa ViaQuatro, apresenta-se como uma exceção por possuir o maior índice de satisfação dentre todas as outras. A pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, revelou que 94% dos passageiros consideram como “bom ou muito bom” o serviço prestado pela corporação. O presidente da ViaQuatro, Harald Zwetkoff, disse em entrevista ao Estúdio Folha (projeto de branding content da Folha de S.Paulo) que os bons resultados vêm da eficiência do sistema driverless (condutor computadorizado), o qual programa a velocidade, o intervalo entre os trens e a abertura das portas  dos vagões e das plataformas. Nessa mesma análise, 94,6% aprovam a prestação de informações a exemplo de diversas formas de sinalização – como placas e painéis eletrônicos -, tal qual a clareza nos avisos sonoros tanto nos trens, quanto nas estações.