Cidades

Os 5 destinos mais procurados para fazer intercâmbio

Por: Amanda Oestreich, Ana Elisa Abddala Rocha, Juliana Florido, Mariana Frediani, Marina Sakai e Nathália Lopes

Fazer intercâmbio é uma das atividades mais almejadas pelos jovens, de forma independente ou por meio de agências. Afinal, quem não quer conhecer uma nova cultura, ter novas experiências, aprender outra língua, crescer profissionalmente – ou tudo isso de uma só vez?

Conheça agora 5 dos mais populares destinos para fazer intercâmbio, segundo a agência World Study, e o por quê desses serem tão desejados.

Estados Unidos

Hollywood, com sua produção quase infinita, bombardeia o mundo com imagens hipnóticas dos Estados Unidos da América. É, de longe, o destino mais procurado pelos jovens para fazer intercâmbio. Raros são aqueles que não se encantam por romances colegiais no melhor estilo “água com açúcar” como nos filmes Grease – Nos Tempos da Brilhantina e High School Musical.

Mas nem sempre o destino de quem vai para a América é uma cidade grande, como Nova York, Miami ou São Francisco, em geral muito mais caras. O estudante universitário Matheus Gallucci, 18 anos, passou um ano na pequena cidade de Lynchburg, na Virgínia. Ficou em uma host family e fez High School (o equivalente ao ensino médio brasileiro). Mas a experiência foi ótima, porque pode praticar esportes, sua paIxão. “Estudei em uma escola pública, e mesmo assim o investimento que tinham nos esportes era incrível”, lembra. “Tive uma oportunidade que creio que não teria em outro país. Joguei no time de futebol americano da escola, foi um experiência incrível.”

Quem precisa de uma grana para bancar parte do intercâmbio (o visto de estudante não permite trabalhar), uma boa opção são os au pairs, em que o estudante estrangeiro fica, no mínimo, um ano em uma casa de família, servindo como babá em uma família local.

Canadá

Ah, o Canadá,  o tão famoso Canadá. Nas terras geladas do mais norte que o norte pode ser, encontra-se um país altamente desenvolvido, habitado por um povo muito educado.

Sobre experiência na terra gelada, batemos um papo com Matheus Cunha, 17 anos. Ele passou um ano em Delta, BC, e escolheu este país porque  tinha muita vontade de saber como é ter uma rotina em um país frio, sua intenção principal era experienciar um estilo de vida completamente diferente do que vivemos aqui no Brasil. “O Canadá foi capaz de me proporcionar o que eu procurava: uma experiência imersiva, independente, muito segura e que me distanciasse da cultura brasileira e me aproximasse da cultura norte-americana, principalmente nas relações humanas e nas formas de ensino”.

Toronto, cidade canadense, nevando

Matheus conta de uma grande diferença que sentiu em relação ao Brasil.  “Lá é como se todos soubessem que, ao fazer o certo, passam a pertencer a algo maior, contribuindo diretamente para a prosperidade e a saúde do país.” Dos poucos pontos negativos que ele encontrou, cita o etnocentrismo presente nos estudantes canadenses. “Eu tive sorte de não sofrer muito por ter facilidade na língua inglesa, porém os asiáticos, principalmente, se sentiam muito excluídos e acabavam interagindo pouco com os canadenses”, porém, apesar disso, o jovem afirma que vale à pena se arriscar. “Errar, todo mundo erra, mas não tenha vergonha e nem medo. Uma hora as coisas fluem e aí é hora de aproveitar as novas relações e experiências”, completa.

O intercâmbio mais procurado por lá é o High School e o aluno deve ter pelo menos nível intermediário de inglês.  Para os que pretendem trabalhar, é preciso estar em um curso vocacional, como um tecnólogo, uma graduação ou uma pós graduação. No Canadá não é permitido trabalhar apenas estudando idioma.

Inglaterra

Quem nunca sonhou viver na tão famosa “terra da rainha” que atire a primeira pedra. A Inglaterra é com certeza um dos 10 países mais buscados para fins de intercâmbio. Por que será? 

Terra de origem dos Beatles e de Harry Potter, de Shakespeare – para citar apenas alguns exemplos, é um país que não peca por falta de charme. Além disso, é uma ótima opção para os que querem sair da rotina e dos clichês americanos, desde cultura, arquitetura, clima e alimentação.

Conversamos com a Ana Crepaldi, 19 anos, que fez intercâmbio a Brighton, cidade litorânea inglesa.

Londres, Inglaterra
Foto por Heidi Sandstrom. via Unsplash

Brighton foi a cidade inglesa de sua escolha, a qual amou por completo. “Brighton é pequena, mas tem absolutamente tudo que uma cidade precisa ter. Além disso, é uma cidade bem universitária e sede de muitas comunidades jovens, então é muito animada, inclusiva e cheia de coisa para fazer sempre.” Um diferencial muito bom, já que muitos intercambistas que ficam em cidades pequenas nos Eua, por exemplo, reclamam da falta do que fazer, dos “rolês”.

Ao pontuar um ponto negativo sobre sua escolha, ela comenta do alto custo das coisas. Em contrapartida, Ana assinala o pouco contato com brasileiros durante seu mês como intercambista como um ponto positivo: “Com certeza a Inglaterra me proporcionou semanas sem nenhum contato sequer com alguém da América do Sul, o que foi muito bom para conseguir independência e experimentar coisas novas, o que eu não sei se teria conseguido em outros destinos.” 

Para trabalhar, é mais ou menos como o Canadá. Para passaporte brasileiro, é preciso fazer bacharelado ou pós graduação. Na Inglaterra, não há curso técnico e não é permitido trabalhar enquanto se está apenas estudando idioma.

Austrália

A Austrália, país dos cangurus e dos coalas, com tempo ensolarado e povo alegre e receptivo. Possui belezas naturais que certamente “crescem os olhos” de qualquer um. Quem nunca assistiu Procurando Nemo durante a infância e desejou dar um “rolê” por lá?

Ana Althman passou um tempinho em terras australianas e não economiza elogios quando fala de sua experiência. Inicialmente, desejava passar alguns meses nos Estados Unidos, mas ao ser apresentada outras opções de destinos, encantou-se pela Austrália, que acabou por ser sua decisão final – da qual ela não se arrepende. “Me apaixonei pelo clima, pelas praias e pela cultura”. 

Ana Althman, intercâmbista na Austrália, á passeio em sua cidade
Foto: Ana Althman na Austrália

Adelaide é um destino muito comum entre intercambistas e Ana acabou optando pela por esta, por oferecer grande liberdade religiosa, compromisso com o progressismo político e liberdades sociais. 

Althman foi apenas para estudar, mas a Austrália é uma ótima opção para quem quer trabalhar também. O visto de estudante dá direito a trabalho, o que pode ajudar, e muito, nos gastos.

Irlanda 

A República da Irlanda é outro destino europeu muito popular entre os brasileiros. É um país desenvolvido e conhecido por sua alta qualidade de vida. A capital, Dublin, é notória por sediar grandes festivais tradicionais e ter uma vida socio-cultural mega agitada e perfeita para aqueles que buscam viver ao máximo da experiência “intercambística”. 

Vithor Pedro, hoje com 19 anos, está há 5 meses em Bray, cidade litorânea a cerca de 40 minutos de Dublin – e adorando. 

Vithor, intercambista na Irlanda, em Bray Head, o pico da cidade onde ele mora.
Foto: Vithor em Bray Head, o pico da montanha da cidade onde mora

A escolha da Irlanda se deveu principalmente à sua acessibilidade – intercambistas que vão para estudar idiomas podem trabalhar. “Aqui, posso renovar meu visto até 3 vezes. Cada visto me dá o direito de estar legalmente no país por 8 meses – sendo 6 estudando e 2 de férias, em que eu posso trabalhar 40 horas por semana enquanto estudo apenas 20 horas.

Além disso, o que Vithor mais gosta na Irlanda é a qualidade de vida que o país o proporciona e a oportunidade de viajar por todo o continente europeu gastando pouco também é um ponto MUITO positivo.

O intercambista é um exemplo de que ninguém precisa chegar ao novo país já dominando a língua local, afinal, como Vithor mesmo argumenta “[…] a evolução aqui é muito rápida, você vai ter contato com o inglês o tempo todo, e dia após dia vai percebendo sua mudança e adaptação com a língua.”.

Para mais, ele recomenda que o viajante leve consigo mais dinheiro do que os 3.000 euros exigidos pelo governo, a fim de “evitar perrengues”.