Intercâmbio sem agência: vale a pena?
O estudante Lucas Trindade relata como foi sua experiência fora do Brasil durante seu intercâmbio sem agências de intercâmbio
Por Amanda Oestreich, Ana Elisa Abddala, Juliana Florido, Mariana Frediani, Marina Sakai e Nathália Lopes
O intercâmbio sem agência é uma opção para pessoas que têm vontade de passar um tempo no exterior de maneira mais orgânica. Lucas Trindade (18), é um exemplo de jovem que decidiu realizar seu intercâmbio de forma independente e em 2019, foi para Londres sem o auxílio de profissionais.
Segundo a UNESCO, o Brasil é o sexto maior país “exportador” de estudantes. Apenas em 2015, foram 34 mil estudantes que saíram do país com objetivos acadêmicos. A maioria dos que buscam intercâmbio, começam procurando uma agência ou empresa para facilitar o processo, sem considerar as vantagens de ir solo.
Os benefícios de um intercâmbio independente podem ser vários. O processo de organização da viagem por uma agência agrega custo, o que torna os intercâmbios solo mais econômicos. Além disso, muitos dos viajantes arrumam hospedagem em casas de conhecidos ou familiares em seus destinos, poupando possíveis despesas. A imersão cultural também pode ser bem mais ampla quando se viaja sozinho, já que o intercambista se vê cercado de pessoas majoritariamente nativas e tem de se adaptar à cultura local. Ainda, há maior liberdade para tomar decisões que não dependam de um consenso entre um grupo grande — desde escolha de horários até escolha da própria instituição de ensino ou hospedagem. Para Lucas, essa foi uma das maiores vantagens de ter viajado sozinho: “Tive mais liberdade. Liberdade para fazer os passeios que eu quis, no horário que eu quis. Ser independente”, comentou.
Porém, essa constante liberdade não traz só benefícios. “Minha maior dificuldade era não conhecer a cidade, tive que me virar para ir aos lugares, entender como o transporte público funcionava pois eu não tinha quem me ajudasse. A minha família de lá deu algumas dicas mas na rua eu tinha que me virar”, Lucas conta. A agência, associada às reuniões prévias e explicações sobre como se locomover e orientações sobre a cultura local trazem maior segurança ao intercambista: “Ser pego de surpresa em como “viver” naquela cidade”, conta o jovem.
Por último, o estudante relata que passaria pela experiência de novo: “acho que é uma grande responsabilidade, mas é libertador. (…) Eu amei poder planejar meus próprios horários e passeios que tinham mais a ver com o meu gosto”. Para os que topariam a aventura, Lucas deixa uma dica final: “se planejar com muita antecedência é essencial, ainda mais se o seu intercâmbio for de longa duração. Se for possível encontrar outras pessoas que já foram para lá ou moram lá e que possam te dar uma ajuda sobre como se locomover pela cidade, seria ideal”.
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